Caros irmãos e irmãs, Paz do Sagrado Coração de Jesus e o
materno amor de Maria Santíssima a todos vós!
Estamos vivendo o Tempo litúrgico da Quaresma, tempo este
que, sem muitos rodeios, vai direto ao ponto: ‘Conversão’!
Sempre é tempo de conversão, de mudar de vida, de rumo e
direção; essa ação é uma atitude frequente em nossa vida, em nossa caminhada
sobre a terra. Caso contrário, seríamos os ‘sempre assim’ e nada nos
impulsionaria, nos colocaria adiante e nos fortaleceria nas adversidades da
vida presente.
Falar de Quaresma, é falar de um tempo, o qual é apontado,
na linguagem bíblica, pelo número de 40 dias, onde o Senhor Jesus que “foi conduzido pelo Espírito ao Deserto”
(Mc 1, 13a), retirou-se para se preparar para sua Missão salvífica no meio do
povo. Por lá, “as feras o tentavam, mas
os Anjos o serviam” (Mc 1, 13b).
Olhar para este ‘movimento’ de Jesus, é olhar também para
o ‘movimento quaresmal’ em que cada um de nós é chamado. O ser levado pelo Espírito, aponta a dimensão do deixar-se conduzir
por Deus, atitude esta que, sem dúvidas, não foi algo ausente da vida de
Cristo, muito pelo contrário, Ele mesmo disse que “o meu alimento é fazer a vontade do meu Pai” (Jo 4, 33-34). O
Cristo foi obediente em sua vida terrena e não hesitou em fazer aquilo que o
Pai lhe designara e dera como missão em face de nossa Salvação.
Além da Obediência,
percebe-se a tentação do demônio, o astuto por excelência, que quis fazer o
Cristo obediente, tornar-se corrupto e falho. Acompanhamos no Evangelho de
Mateus, no início do capítulo 4, as três grandes tentações que foram colocadas
diante do Senhor: a primeira delas, foi a de transformar as pedras em pão, afim
de que Ele se alimentasse e não mais fizesse o jejum que havia iniciado; na
segunda tentação, o Filho de Deus é ‘testado’ em relação ao seu poder
exatamente quando o demônio sugeriu que ele se jogasse do alto do templo; e,
por fim, na terceira tentação, Jesus nega a adoração ao inimigo.
Sequencialmente, as tentações resumem-se em Prazer,
Poder e ter. O Cristo não quis se fartar com o pão, nem mostrar sua Glória
e majestade, muito menos ‘ter’ os reinos prometidos pelo inimigo, exatamente
por que não foi para isso que ele veio – para se mostrar e ser servido.
Ele veio para servir. Seria familiar essa expressão? Sim!
“Eu vim para servir” (Mc 10,45) é o
tema da Campanha da Fraternidade deste ano que é para nós uma chamada de
atenção em relação à nossa vida de serviço, de doação, de ‘esvaziamento de nós
mesmos’ para nossa doação ao próximo, à sociedade que está gritando e pregando,
exatamente, que o Prazer, Poder e Ter
devem ter a primazia na vida moderna.
Conversão, por fim, é esta mudança, uma espécie de, como
dizem no popular, ‘remar contra a maré’ e lutar pelos valores para uma vida
mais digna e justa. Conversão é ‘ver como algo está e buscar meios para que, se
for preciso, não esteja mais assim’. É mudança, às vezes radical, sem contornos
nem desculpas velhas. É, sobretudo, confiança, afinal quem confia sabe que pode
‘mudar de rota’ e pegar outra via, pois tem Alguém que é, para todos, sem
acepção de pessoas, “O Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6)
Desejo um bom final de Quaresma e um proveitoso tempo da
Paixão do Senhor!
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