segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rezando com as palavras do Papa Francisco em Aparecida-SP

Foto: Danilo Cardoso Fuzatto - Aparecida-SP (24-07-2013)


Caros irmãos, Paz do Sagrado Coração de Jesus e o materno amor de Maria Santíssima a todos vós!

Acredito muito que nosso testemunho, seja escrito, seja dito ou retratado em alguma forma de expressão, é muito mais valioso do que todo um 'palavrório' difícil e complexo. Sempre acreditei muito nisso; busco sempre falar com simplicidade. É fato que não devemos eliminar a riqueza e o valor de conceitos, argumentos bem elaborados, a importância da intelectualidade ao falar e o sentido que tudo isso confere ao nosso discurso, dado que tudo isso nos provém de Deus, porém, o que não pode acontecer é deixar que estas segundas características sobreponham a primeira que apontei. Em outras palavras, não devemos deixar que nosso lado intelectual e conceitual, sufoque nossa expressão simples e cativante. Repito: Não sou contra o lado intelectual, de forma alguma! Mas creio que, como nos afirmou o Beato João Paulo II, nossa Fé deve andar ALIADA à razão e não cindida dela. "As duas asas - Fides (fé) et Ratio (razão)" constituem o equilíbrio humano que o permitem alçarem voos altos e longínquos. 
Escrevi tudo isso, pois tive uma experiência fantástica com as simples palavras do Santo Padre em Aparecida no mês de Julho. Mesmo nas horas de espera e na fria chuva que perpassou por toda madrugada, pude sentir alegria e aquecimento no coração quando o Sumo Pontífice nos aqueceu com suas sábias palavras.
Chamou-nos a atenção para três posturas da vida cristã: Conservar a esperança; Deixar-se surpreender por Deus e Viver na alegria.
Sobre Conservar a esperança, Papa Francisco nos disse que nossa vida é perpassada de sofrimentos e momentos de penúria, porém, Deus nunca nos deixa só, Ele sempre está conosco. Com alusão à passagem da primeira leitura da Santa Missa por ele celebrada naquele dia, a saber Apocalipse 12, 13a 15-16a, disse-nos que o 'Dragão' apresentado também nos atormenta, mas não é mais forte que nosso Deus e Senhor que conosco permanece e nunca, jamais nos deixa na luta da vida. Ainda exortou-nos a sermos "luzeiros de esperança" especialmente aos jovens que se encontram hoje em dia tão perdidos e carentes de modelos a serem seguidos.
Na atitude de Deixar-se surpreender por Deus, encontramos a afirmação de que sabemos sempre que Deus nos surpreende atuando em nossa vida, no nosso dia a dia. A história da aparição de Nossa Senhora foi o exemplo por ele utilizado, onde uma pesca cotidiana 'pescou' algo que mudaria o curso da história daquele local e a 'surpresa' concedida pela misericórdia de Deus àquele povo, resgatou tantos e tantos que estavam perdidos, com suas luzes apagadas e sem brilho. "Deus sempre nos reserva o melhor" disse o Papa, continuou ainda "Deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos suas surpresas"!
Por fim, convidando-nos a Viver na alegria, afirmou que possuindo esperança, deixando que Deus nos surpreenda, seremos alegres e "nosso vinho da alegria não nos faltará". "O cristão não pode ser pessimista"! Temos uma Mãe, Maria, que nos ensina a sermos perseverantes e está conosco com sua maternal intercessão! Lembrou Bento XVI, na ocasião da V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho naquele mesmo local em 2007 quando disse: "O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro"!

Fiquei me perguntando sobre minha atitude e postura cristãs!?! A esperança tem sido minha segurança? A 'surpresa de Deus' tem sido minha alegria? Creio que muitas vezes sim, mas muitas vezes também não! Somos bombardeados de todos os lados no nosso dia a dia; atacados por informações das mais diversas, é um 'clic' ali e outro aqui, são muitas 'curtidas' e 'compartilhadas' num dia só, mas são poucas as vezes que paramos para olhar nos olhos dos nossos irmãos para ver o Cristo que há neles! São poucas!

Estas e tantas outras palavras do Santo Padre tem me levado a refletir sobre mim; minha vocação e vida de cristão católico...meu papel de filho, de irmão, de sobrinho, de neto, de primo, de seminarista, de irmão de outros confrades de opção religiosa....tenho me perguntado que sentido tenho dado a tudo isso!

Desejo que você, assim como eu tenho deixado, deixe-se surpreender por Deus e assim você terá sua esperança renovada e seu coração repleto de alegria!!!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Experiência curadora com o Povo de Deus




Caros amigos, Paz do Sagrado Coração de Jesus a vós!

Começo minha reflexão com uma frase ensinada por nosso fundador, Padre Dehon: "É preciso ir ao povo"!

Neste final de semana, passei por duas experiências muito belas, as quais, sem dúvida, ficarão guardadas em meu coração.

A primeira foi a animação de um encontro de catequese de Primeira Comunhão em uma das comunidades onde nós, seminaristas dehonianos atendemos. Passar um dia com aquelas crianças que, aparentemente, até pareciam não estar entendendo o "porque" de muitas coisas, foi uma experiência única; estar com eles, dançar e cantar, animá-los e conduzir reflexões, enfim, ser outro Cristo para eles, somente para eles. Um dos momentos mais tocantes deste encontro, foi o momento em que eles foram chamados a escrever uma carta para seu "melhor amigo - Jesus". Motivados por um dos nossos seminaristas, eles se acomodaram, cada um em um lugar que acharam ser o melhor; uns deitados no chão, outros espalhados pelos cantos...cada um se expressou da melhor forma; houve quem não sabia o que escrever e decidiu fazer um desenho - "Eu jogando bola com Jesus", também havia quem não sabia desenhar o Pai ou a Mãe, mas com muita insistência alguma coisa conseguiu. Ver aquelas crianças concentradas com o coração cheio de esperança, me fez pensar (e é este o motivo deste meu testemunho, fazer você também pensar!): Seria eu capaz de escrever "uma carta para Jesus"? Acaso eu a escrevesse, eu conseguiria ser "como criança"? Escrevê-la na pureza de intenção, na simplicidade? Ou eu inventaria textos e pretextos para falar difícil com Deus para tentar me esconder? Sou como criança? Se não sou....cuidado! "É preciso ser como Criança para entrar no Reino de Deus"! (Lc, 18).
Após esse "momento com Jesus", as crianças foram levadas a pensar nas suas famílias. As motivações conduzidas ocasionaram reflexões sérias e profundas sobre cada família; as condições de casa, o desejo de ser como o amigo ou vizinho, a valorização que damos ao que temos e ao que não temos também; o amor aos Pais, o dizer "Eu te amo" e até mesmo o simples abraço que trás consigo um afeto inexplicável! Também me questionei sobre isso...Como eu me encaixo nessa temática? Digo "Eu te amo" aos meus? Abraço? Beijo? Há diálogo? É para pensar seriamente nisso!

Uma segunda experiência que tive neste final de semana, foi a de encontrar com famílias que deixaram seus filhos participar de um acampamento de Crisma por três dias. Os pais foram chegando....tímidos, talvez. Aos poucos fomos nos conhecendo e animação tomou conta do lugar; ver os pais dançando e fazendo passos, foi especial, e engraçado, é claro! As meditações sobre a Sagrada Família de Nazaré e o verdadeiro sentido de ser família foram momentos tocantes deste pequeno encontro. Ver os pais e mães olhando para a imagem da Sagrada Família e fazendo suas preces e orações, não tem preço no mundo que pague! Lágrimas não foram contidas! Desde os mais novos aos mais velhos, as emoções tomaram conta dos corações! Passamos um vídeo chamado "IronMan" que mostra a vitória de um filho, deficiente, graças aos esforços do seu pai, em uma prova de resistência física e questionamos: Qual foi minha maior ação em prol dos meus filhos? Eu tenho coragem de fazer igual a este pai? Levo a sério a minha família? Há diálogo na minha casa? Amo meu esposo, minha esposa? Aos moldes da Sagrada família meditamos com eles o verdadeiro sentido e missão da família! Repito: lágrimas não foram economizadas!

Diante de tudo isso me peguei pensando...confesso que a emoção toma conta de mim nesses momentos vividos, momentos estes que, sem dúvidas, Deus se faz presente e escolhe os que ele quer para estar ali, naquele local, naquela hora e naquela circunstância!
Quero partilhar com vocês esta experiência pois creio, cada dia mais, que quando falamos (neste caso escrevemos), nosso coração se cura e aos poucos vamos dando passos e eternizando momentos dentro de nós; sim, creio na cura que acontece nesses momentos! Os encontros que participei com meus confrades foi para as crianças e, na outra ocasião, para pais, mas também foi para mim, para o Luciano, Filipe, Djony, Said, Paulo, Denner.....foi para cada um de nós que esteve por lá! Como queria que também o fosse para vocês que agora estão lendo o presente texto!

Deixo um questionamento: Tenho dado valor a minha vida? Tenho buscado colocar Deus como centro das minhas ações? Como anda minha família? Tenho amado os meus ou prefiro "amar os outros" que não são da minha casa? Já disse 'Eu te amo'? Quantas vezes? Abraço? Oro pelas pessoas que me pedem?

É hora de repensar nossa caminhada queridos irmãos! Nunca é tarde, ja sabemos disso, mas é hora! Estamos perdendo tempo demais com coisas de menos! Vamos valorizar as coisas boas e sagradas da vida! Chega de vaidade e sentimento de inferioridade! É hora de, como diria Padre Léo, aspirar, buscar as coisas do alto! Comece aqui e agora....o céu começa em você, como diria um autor!

Desejo isso.....Amor!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um Santo simples....um homem chamado João Maria Batista Vianney! (Parte final)

"Ars não é mais Ars; está mudada"! - Catarina Lessagne



Continuando nossa reflexão sobre este Santo homem de Deus que muito nos tem a ensinar e dizer, inicio com a frase acima citada: "Ars não é a mesma; está mudada"! A célebre senhora que afirmou isto chama-se Catarina Lessagne. Esta fora, sem dúvidas, a mais íntima fiel unida a São João Maria Vianney. Zelosa, piedosa e ardente de amor pelos paroquianos, Catarina dedicou-se sem reservas ao serviço apostólico juntamente com o Santo.
É fato que Ars havia mudado com a presença de João Maria. Seu zelo e dedicação, levava as pessoas à conversão do coração e à mudança radical em suas vidas. Conta-se que o Santo entrava nos locais de danças e bares daquela região e pregava o Santo Evangelho, convertendo, no local, as pessoas e levando-as para a simples e modesta Igreja o que, evidentemente, as levava para mais próximas do Senhor na sua Palavra e na sua Santa Comunhão eucarística. 
No ano de 1824, por inspiração divina e doação de sua parte, criou a casa da Providência. Tal organização era um escola para meninas e crianças vindas de paróquias e lugarejos vizinhos. Tal serviço era prestado gratuitamente e a doutrina da Santa Igreja era ali pregada e ensinada, além dos estudos que eram possíveis de ser oferecidos às mesmas. Com a ajuda de Catarina e de Joana Maria Charray, São João empenhou-se com a obra e não esmoreceu frente às críticas e ataques perversos que lhe eram feitos por ocasião desta edificação em prol da reparação material e espiritual dos assistidos.
Conta-se que as peregrinações a Ars aumentavam mais e mais com a "fama" do santo pregador. Eram horas e horas de confissões atendidas na simples e modesta sala onde atendia em seu confessionário de madeira pobre e marcado pelo tempo. Suas refeições eram simplesmente esquecidas por ele; suas simples batatas que lhe eram oferecidas por causa da situação financeira da paróquia, muitas vezes eram deixadas por horas, dias e meses. 
Suas obras não param por aí. Cria também uma casa para acolher meninos aos moldes da primeira edificada. Frente às peregrinações, o santo aumenta a Igreja, construindo capelas em honra a Santa Filomena e a Capela "ECCE HOMO". Animou a vida paroquial com as confrarias e irmandades, sem falar na fiel devoção à Santíssima Virgem
Em maio de 1843, São Vianney fica gravemente doente. Eram os primeiros sinais do seu "fim" para esta vida terrestre. Mesmo com sua recuperação, a doença da pleuro-pneumonia não o abandonou, deixando-o debilitado e frágil. 
Pe. Raymond após anos, transferiu-se para Ars afim de ajudar o Santo Cura em suas tarefas. Enfrentando sérios problemas com as pessoas, Pe Raymond via-se obrigado a comportar-se severamente e isso causou grandes desgostos ao pobre e debilitado João Maria Vianney. 
Nas idas e vindas da vida, Vianney com sua saúde cada vez mais débil, encontrava forças para os atendimentos e pregações, das quais nunca se desfez. Uma de suas maiores alegrias foi a aclamação do Dogma Mariano da Imaculada Conceição, no ano de 1854, pois este era fiel devoto da Virgem. 
"O bom Deus fez-me comer pão branco no fim dos meus dias. ele sabe que os pobres velhos precisam do miolo do pão". Esta foi umas das exclamações de Vianney nos seus últimos dias. No dia 02 de Agosto de 1859, o Pe. Beau, outro auxiliar enviado a Ars, ministrou a Unção dos Enfermos no Santo Cura. Noa dia 04 daquele mês, veio a falecer o Santo Sacerdote, ocasionando grandes peregrinações a Ars em vista deste ocorrido. Os sinos de Ars dobraram refinados e seu corpo fora exposto na sala do presbitério paramentado solenemente com sobrepeliz e estola, como costumava atender os peregrinos.
Hoje Ars é adornada com imagens e monumentos que homenageiam o Santo que nem sequer quis tirar uma fotografia em sua época. Existe apenas uma foto sua original, a qual mostra o Santo em seu leito de morte paramentado.

Diante dessas magníficas passagens, nós nos perguntamos: O que eu tenho feito pelo reino de Deus? Ver a alegria e a docilidade do Santo Cura nos "irrita", no sentido de nos "provocar". Ele nos desinstala do comodismo, das paixões que sofremos sejam corporais, materiais ou espirituais. Ele nos faz tremer em relação às nossas atitudes que muitas vezes parecem perversas e enganadoras. O Santo Cura fala conosco ainda hoje; nos exorta, nos faz amar a Igreja e servi-la sem temor no coração. Sem dúvidas, ele continua nos chamando para seguir a Cristo. Ele foi exemplo e ainda é! Padroeiro dos párocos e Vigários, bem como de todos os sacerdotes. Sua memória litúrgica é dia 04 de Agosto, dia que sua vida foi entregue efetivamente a Deus através de sua morte!

Rezemos sempre pelos nossos Padres os que são nossos Verdadeiros pastores a exemplo de Cristo Bom Pastor que deu sua vida às ovelhas do rebanho!

Que Deus nos abençoe hoje e sempre!

Até o próximo texto!



sábado, 29 de junho de 2013

Um Santo simples....um homem chamado João Maria Batista Vianney! (Parte 02)


"Mostra-me o caminho para Ars, que eu te mostrarei o caminho para o céu"!

Com esta bela frase do nosso São João Maria Vianney, inicio esta segunda parte da sua história, a qual, na minha opinião, é muito rica e nos trás reflexões sobre como está nossa conduta perante Deus, como temos levado nossa vida de penitência e mortificação, como temos encarados os pequenos sacrifícios que precisamos fazer para nos prepararmos para os maiores que virão, enfim, vamos ver mais um pouco desta história!
Após ordenado sacerdote, o Padre Vianney recebe sua primeira missão; fora nomeado Coadjutor de seu incentivador Pe. Balley em Ecully e, sem dúvida, foram tempos de muito aprendizado pastoral para a vida deste santo homem, o qual cuidava das pessoas, do povo de Deus sem reservas. 
Tal Igreja tornou-se referência e um clima da "Igreja primitiva", onde os fiéis se ajudavam mutuamente, faziam penitências e jejum em prol de algo e doavam-se uns aos outros diariamente, fez daquela paróquia uma sinal de luz em meio à escuridão dos tempos vividos naquele contexto de França. Uma de suas paroquianas afirma em um certo momento que "Há uma graça misteriosa em suas palavras" e tal fato é gerado por causa de sua dedicação às leituras hagiográficas (Vida dos santos), clima profundo de oração e submissão total à vontade de Nosso Senhor. A fama do recém sacerdote, deste modo, tornou-se crescente e com ela vieram os percalços e críticas severas, tanto da parte dos demais clérigos que o conheciam, quanto do povo que não estava contente com suas pregações e com elas não concordavam, Pe. Vianney, pelo contrário, sempre esteve atento à voz de Deus e a Ele obediente!
Meses passados, o Pe. é Transferido à Ars, onde grandes ocasiões o esperam. Tal lugarejo não possuia mais do que 370 habitantes e ali haviam tabernas, bares, locais de danças e perdição que, segundo o padre, impediam o povo de ver a Deus. A caminho de Ars (foto acima), Pe Vianney perdido busca informações com um pastorinho que estava em seu caminho e pede que este lhe mostrasse o caminho para Ars e este menino, negando a ajuda, recebe a exortação de Vianney: "Mostra-me o caminho para Ars, que eu te mostro o caminho para o céu" e olhando atentamente vê o campanário e algumas casas bem simples e ali, naquele exato local, o jovem padre cai no chão de joelhos e reza devotamente a Deus pela sua missão!
Chegando ao local da Capela, vai direto ao Santíssimo e por ali passa horas e, quase sem dormir, termina e, ao mesmo tempo, inicia sua nova missão como sacerdote do Altíssimo.
Os pobres móveis que herdara do Pe. Balley foram colocados na modesta casa paroquial e aos poucos suas dependências foram sendo instaladas, tudo, é claro, com muita simplicidade e até porque não dizer, muita pobreza!
Inicia-se um grande passo para a vida da aldeia de Ars; o jovem sacerdote, tomado de amor e zelo pelas coisas de Deus, dá um passo inicial na reforma do campanário que fora destruído pela Revolução, coloca um novo sino, fecha rachaduras, reforma o teto da capela, enfim, de tudo faz para que a Igreja seja acolhedora e que os fiéis nela se sintam bem.
As pessoas, aos poucos, foram se achegando ao jovem padre e ele mesmo também ia ao encontro de seu rebanho. Conta-se que ele parava no caminho das pessoas que, cansados voltando de seus trabalhos, paravam para ouvir um pouco de suas histórias que aqueciam o coração. Visitava famílias, abriu as portas da casa paroquial que possuía um jardim repleto de nogueiras, oferecendo, assim, às famílias as nozes que ali eram produzidas; 
"O nosso cura não é como os outros, ele é um santo" afirmava guilherme Villier, um morador do vilarejo que muito contribuiu para o processo de Canonização do Santo. A afabilidade, o amor e o respeito que tratava todos era o diferencial da vida de João Maria; todas as pessoas que por ele foram atendidas relataram que seus direcionamentos eram inspiradores e motivavam as pessoas no progresso da caridade e da fé!

Nesta segunda parte caminhamos um pouco mais com o Santo Cura! Vimos sua primeira missão, bem como sua posterior tarefa de "restaurar Ars". Sua fama de santidade fora algo marcante em toda sua caminhada; sua mística inspiradora e sua fé inabalável, especialmente seu amor e zelo pela Santíssima Eucaristia, eram trechos de uma longa história construída por Deus, em Deus e com Deus!
Sejamos assim também nós! Façamos tudo por Ele e Nele para que um dia, estando com Ele, possamos gozar de plena e eterna alegria e satisfação de noss'alma!

Até a próxima

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um Santo simples....um homem chamado João Maria Batista Vianney! (Parte 01)


Queridos Leitores, paz do Coração de Jesus a vós!!!

Começo com uma frase deste santo que nos servirá de inspiração: "É necessário trabalhar neste mundo, é necessário combater. Teremos toda a eternidade para descansar".

Em sua vida sacerdotal, São João Maria Vianney, o chamado Cura d'Ars entregou-se totalmente à causa do Evangelho de Jesus. Doou-se sem reservas às pessoas, ao rebanho que lhe fora confiado no pequeno vilarejo de Ars, na França.
Nascido em 08 de Maio de 1786, o pequeno João Maria Vianney passou pelos terríveis momentos de guerra na França, onde a Igreja dividiu-se em meio às crises sociais e políticas ficando, assim, de um lado um grupo de padres (juramentados) e um outro grupo (refratários), os quais se submeteram à clandestinidade. A simples e modesta família Vianney acolhia estes padres do "segundo" grupo em sua casa humilde e "assistiam" à Santa Missa nestes tempos terríveis. Talvez atitudes como essa tenham sido o despertar vocacional daquele que se tornara um dos maiores exemplos de vida ascética e mística daquele tempo, daquele povo e lugar!
O Santo conta em seus relatos que, mais tarde, ao alcançar a idade prescrita, preparou-se para sua Primeira Eucaristia: "Minha confissão primeira foi embaixo do relógio da cozinha" e tal fato ocorreu em 1797, porém com inúmeros percalços, o pequeno necessitou mudar de residência e fez sua Comunhão com o Senhor apenas dois anos mais tarde!
Uma das pessoas mais importantes da vida vocacional deste santo, fora, sem dúvida, o Pe. Balley, um homem de Deus que fora transferido para os arredores de Lion e que evangelizou o coração de Vianney. No ano de 1806, Vianney dirigiu-se à sua mãe contando a ela sobre seu desejo do sacerdócio, porém, com todas as dificuldades que a família deste passava, seria difícil mantê-lo em um seminário com os devidos custos. A voz profética de Pe. Balley afirma: "Se for para este, eu aceito me sacrificar"! Deus sondava o Coração de Padre Balley e infundia nele a decisão de arriscar-se por João Maria!
Entre tantos desafios que tivera, João Maria dedicou-se com afinco aos estudos, porém não alcançava sucesso e tinha muita dificuldade em aprender; humilhações, zombarias e rebaixamento sofreu o jovem! Na época o processo de aprovação era diferente do qual se conhece hoje; era necessário uma série de exames e testes para tornar-se sacerdote e, somente assim, dirigir-se ao povo de Deus como representante da Santa Igreja de Cristo.
Após muitas turbulências, o Santo celebrou sua primeira missa em 14 de Agosto de 1814. Quanta alegria no coração do jovem sacerdote; sentimento de vitória e conquista, tudo em nome de Cristo e da sua Igreja!

Nesta primeira parte, vimos como a vida vocacional de São João Maria Vianney se desenvolveu; seus momentos de alegria, sua família piedosa, seus méritos e todo seu esforço feito para chegar ao sacerdócio, especialmente sua dificuldade nos estudos eclesiásticos. Sim meus amigos, os Santos que hoje tem a honra dos altares sofreram tribulações e perseguições também! Digo também, pois sabemos das nossas lutas diárias, de nossos enfrentamentos e, como diria alguém, "dos leões que temos que matar todos os dias"! Quando nossos esforços são dirigidos e mergulhados no Mistério de Cristo, tudo parece ter mais sentido! É evidente que não é nada tão obvio e claro sempre; dúvidas fazem parte da caminhada e os questionamentos também, mas Deus é Aquele que não pode faltar nesses momentos; se Vianney não tivesse Deus como ponto de partida e de chegada, ele não seria o que foi e jamais haveria alguém que escrevesse sobre ele tendo passado tantos séculos!

Até a próxima!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A vida, a viagem, as malas......o que levar e o que deixar?!?!




Caríssimos leitores, enfim, voltei...creio que desta vez seja pra valer!rs

Ainda a pouco, estava pensando em escrever algo; algo diferente do que já fora escrito até agora aqui no meu blog. Por isso, pensei em trazer uma reflexão "antiga" que eu já havia feito tempos atrás.
Comparar a vida com uma viagem e, ainda mais, com as malas que fazemos ao viajar!
Pode parecer estranho e complexo ou simples e banal, mas para mim tem muito significado tal comparação. não sou de escrever difícil muito menos sou poeta, apenas sou sincero nas palavras e creio que elas trazem nossos sentimentos à vida escrita, registrada!

Com essa correria de todas as férias, precisamos fazer as malas para passar dias com os familiares e amigos. Estive pensando em algo muito concreto: nossos caminhos e nossas opções e aquilo que temos de "bagagem" que nos seja um suporte para a vida no dia a dia!
Quando fazemos malas pensamos: "Levo isso ou levo aquilo"?; "Será que lá tem isso"?; "Deixo Isto" etc e quando você vai ver já tem muitas coisas desnecessárias dentro da mala! Ao chegar no aeroporto você se depara com a seguinte situação: "Senhor, suas malas excederam o peso"! Você paga o excesso ou deixa algo; a escolha é sua! Chegando no seu destino você abre a mala e vai lembrando, aos poucos, daquilo que você escolheu levar; são tantas coisas que você já nem lembra mais! Você "usa" aquelas coisas e quando chega  ao final de seu "tempo de folga", ainda corres o risco de não ter usado tudo, de ter que deixar algo para caber outras coisas e até mesmo de levar de volta o que trouxe com um pouco mais de coisas!
É assim com nossa vida! Nossas experiências, sejam elas negativas ou positivas, nos levam a ser o que somos no presente! Cada escolha que você faz e a consequência que vem com ela te ensina algo novo que, às vezes, pode parecer "coisa velha", mas é um novo ensinamento para tua vivência!
Escolher o que "colocar na mala" é estar seguro de teus caminhos e de tuas opções! Ninguém escolhe um caminho que não deseja; nossa opção pelo bem ou pelo mal, é NOSSA! Você escolhe por onde ir e deves saber que as consequências que virão, serão fruto de tua decisão! Ninguém viaja "de malas vazias"! Por mais que sentes que tua vida não tem sentido ou que você "já era", saiba que sua "carga" é o que te fez ser o que é! Não se esqueça disso!
"Deixar coisas" é despojar-se daquilo que não tem servido mais para você! É o contrário do ser apegado demais! Precisamos escolher, todos os dias, o que fazer, a quem ouvir, o que sentir e o que deixar de lado; é a rotina da vida, o curso normal!
Pode ser que no curso da viagem, você é chamado a descer e a carregar com sua própria força sua mala e aquilo que trazes consigo! E aí?!?! Será que você será capaz? A resposta será positiva somente se você, como já lembrou um amigo meu, estiver "com sua história nas mãos"; ter posse de sua história é saber responder os apelos do cotidiano, da vida e entender o porque de muitas coisas! Ser "dono de si" é ser consciente do que você foi e será, sem perder o que é, no presente, no agora da vida que, daqui uns segundos, já é passado e abre uma nova possibilidade, um novo recomeço!