"Mostra-me o caminho para Ars, que eu te mostrarei o caminho para o céu"!
Com esta bela frase do nosso São João Maria Vianney, inicio esta segunda parte da sua história, a qual, na minha opinião, é muito rica e nos trás reflexões sobre como está nossa conduta perante Deus, como temos levado nossa vida de penitência e mortificação, como temos encarados os pequenos sacrifícios que precisamos fazer para nos prepararmos para os maiores que virão, enfim, vamos ver mais um pouco desta história!
Após ordenado sacerdote, o Padre Vianney recebe sua primeira missão; fora nomeado Coadjutor de seu incentivador Pe. Balley em Ecully e, sem dúvida, foram tempos de muito aprendizado pastoral para a vida deste santo homem, o qual cuidava das pessoas, do povo de Deus sem reservas.
Tal Igreja tornou-se referência e um clima da "Igreja primitiva", onde os fiéis se ajudavam mutuamente, faziam penitências e jejum em prol de algo e doavam-se uns aos outros diariamente, fez daquela paróquia uma sinal de luz em meio à escuridão dos tempos vividos naquele contexto de França. Uma de suas paroquianas afirma em um certo momento que "Há uma graça misteriosa em suas palavras" e tal fato é gerado por causa de sua dedicação às leituras hagiográficas (Vida dos santos), clima profundo de oração e submissão total à vontade de Nosso Senhor. A fama do recém sacerdote, deste modo, tornou-se crescente e com ela vieram os percalços e críticas severas, tanto da parte dos demais clérigos que o conheciam, quanto do povo que não estava contente com suas pregações e com elas não concordavam, Pe. Vianney, pelo contrário, sempre esteve atento à voz de Deus e a Ele obediente!
Meses passados, o Pe. é Transferido à Ars, onde grandes ocasiões o esperam. Tal lugarejo não possuia mais do que 370 habitantes e ali haviam tabernas, bares, locais de danças e perdição que, segundo o padre, impediam o povo de ver a Deus. A caminho de Ars (foto acima), Pe Vianney perdido busca informações com um pastorinho que estava em seu caminho e pede que este lhe mostrasse o caminho para Ars e este menino, negando a ajuda, recebe a exortação de Vianney: "Mostra-me o caminho para Ars, que eu te mostro o caminho para o céu" e olhando atentamente vê o campanário e algumas casas bem simples e ali, naquele exato local, o jovem padre cai no chão de joelhos e reza devotamente a Deus pela sua missão!
Chegando ao local da Capela, vai direto ao Santíssimo e por ali passa horas e, quase sem dormir, termina e, ao mesmo tempo, inicia sua nova missão como sacerdote do Altíssimo.
Os pobres móveis que herdara do Pe. Balley foram colocados na modesta casa paroquial e aos poucos suas dependências foram sendo instaladas, tudo, é claro, com muita simplicidade e até porque não dizer, muita pobreza!
Inicia-se um grande passo para a vida da aldeia de Ars; o jovem sacerdote, tomado de amor e zelo pelas coisas de Deus, dá um passo inicial na reforma do campanário que fora destruído pela Revolução, coloca um novo sino, fecha rachaduras, reforma o teto da capela, enfim, de tudo faz para que a Igreja seja acolhedora e que os fiéis nela se sintam bem.
As pessoas, aos poucos, foram se achegando ao jovem padre e ele mesmo também ia ao encontro de seu rebanho. Conta-se que ele parava no caminho das pessoas que, cansados voltando de seus trabalhos, paravam para ouvir um pouco de suas histórias que aqueciam o coração. Visitava famílias, abriu as portas da casa paroquial que possuía um jardim repleto de nogueiras, oferecendo, assim, às famílias as nozes que ali eram produzidas;
"O nosso cura não é como os outros, ele é um santo" afirmava guilherme Villier, um morador do vilarejo que muito contribuiu para o processo de Canonização do Santo. A afabilidade, o amor e o respeito que tratava todos era o diferencial da vida de João Maria; todas as pessoas que por ele foram atendidas relataram que seus direcionamentos eram inspiradores e motivavam as pessoas no progresso da caridade e da fé!
Nesta segunda parte caminhamos um pouco mais com o Santo Cura! Vimos sua primeira missão, bem como sua posterior tarefa de "restaurar Ars". Sua fama de santidade fora algo marcante em toda sua caminhada; sua mística inspiradora e sua fé inabalável, especialmente seu amor e zelo pela Santíssima Eucaristia, eram trechos de uma longa história construída por Deus, em Deus e com Deus!
Sejamos assim também nós! Façamos tudo por Ele e Nele para que um dia, estando com Ele, possamos gozar de plena e eterna alegria e satisfação de noss'alma!
Até a próxima