segunda-feira, 2 de abril de 2012

As dores de Maria Santíssima


Caríssimos irmãos e irmãs na fé em Cristo! Paz do Coração de Jesus a vocês!


Hoje, nesta segunda feira santa, gostaria de levar uma reflexão sobre as dores de Maria a todos vocês!
Reveladas a Santa Brígida, as sete dores de Maria Santíssima nos remetem aos mais dolorosos e decisivos momentos que viveu a Virgem, em sua santa obediência a, por causa dos planos de Deus, por Jesus e por nossa salvação.
A profecia de Simeão "e quanto a ti, uma espada traspassará a tua alma" (Lc. 2,35) confirmou a Maria que este menino seria causa de contradição, mas também de salvação, a qual traria grandes dores, ou seja, o livre assentimento de Maria, veio carregado de dores e ultrajes, dos quais a mãe do Salvador e nossa deveria passar, vencer. A saída imediata da Sagrada Família de Nazaré; "levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito" (Mc. 2,13) revelou a Maria que este seu filho não teria morada fixa e que sua dedicação ao Reino de Deus, implicaria nesta incerta caminhada em busca dos mais necessitados. A perda do menino em Jerusalém durantes os três dias; "começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos" (Lc. 2, 44) foi um grande acontecimento que marcou a vida da Sagrada família e a resposta do Menino 'Não sabeis que devo ocupar-me com as coisas do meu Pai?', mostrou com autoridade a Missão de cuidar do Reino de Deus e semeá-lo entre os povos. Maria acompanhou a via dolorosa. Em meio a multidão acompanhava silenciosamente sofrendo com seu filho, as blasfêmias e insultos que o mesmo recebia. A quarta dor de Maria é a subida ao monte calvário vendo seu filho carregando a cruz. O grande sinal de nossa salvação e vida plena, foi a morte de Cristo, o qual, de braços abertos e livremente se entregou em favor de nossos pecados. Revelada à Santa Brígida, esta quinta dor de Maria, ou seja, a crucifixão de Jesus em meio a dois ladrões conforme nos narra o Evangelho de  João "lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio" (Jo. 19, 18), marca nossa redenção pelo sangue de um Deus que homem se fez. Recebendo o corpo de seu filho em seus braços, Nossa Senhora viu-se em meio às dores e lamentos, porém, confiava sempre que os planos de Deus eram maiores e Nele depositava sua esperança. Por fim, nos conta Santa Brígida, que a ela fora revelada também que, o sepultamento de Jesus, foi uma das grandes dores de Maria, onde ela viu-se despedindo de seu amado filho, o Cristo Salvador!
Estimados amigos, quando tive contato com essa prática de nossa piedade popular, fiquei muito comovido e percebi que Deus nos enche de oportunidades únicas. Uma dessas é essa oração! Sem dúvidas, somos repletos de atividades, trabalhos e ocupações, mas Deus colocou em nós também o desejo de reviver alguns momentos que marcaram nossa vida; por que não revivermos, de fato, a paixão, morte e ressurreição do Senhor dedicando-nos a oração e práticas concretas? Creio que seríamos melhores se vivêssemos espelhando-nos no exemplo de Cristo que se deu por nós, de Maria que renunciou seus planos para aceitar os de Deus e de inúmeros santos que conhecemos, os quais deram sua vida LIVREMENTE e se doaram em favor do Reino de Deus!
Gostaria de encerrar este texto com um convite: Rezemos a oração conclusiva desta meditação, seguida de 07 ave-marias, saudando e fazendo memória às dores desta mulher amada e humilde!

Oração: Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa santa e Imaculada conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de Vosso amado Filho a humildade, caridade, obediência, pureza de coração, corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte (faz-se um pedido)... que vos peço com tanta confiança. Amém!

domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos e da Paixão


Caríssimos irmãos e irmãs na fé em Cristo! Paz do Coração de Jesus a vocês!

"Saudemos com hosanas o Filho de Davi! Bendito que nos vem em nome do Senhor! Jesus, rei de Israel, hosana nas alturas".
 (Antífona de entrada da Celebração de Domingo de Ramos - Missal Romano)

Hoje, com muita alegria e festividade, a Santa Igreja celebra o domingo de Ramos e da Paixão, onde Cristo, o Messias salvador é acolhido por muitos em Jerusalém. Acolhida repleta de paradigmas, pois, alguns o acolhem livremente e, ao mesmo tempo, outros se preparam para "atacá-lo" e planejam como pegá-lo e condená-lo.
A atitude do Cristo é simples e, como sempre, humilde que mostra serviço e obediência. Antigamente o sinal de poder era a entrada triunfal de algum imperador ou líder montado em um grande e poderoso cavalo. O Cristo, porém, decidiu-se por um jumento, animal utilizado para serviço e que também carregava os mais desprovidos de bens e prestígios. Esta foi a escolha do Senhor; escolha pelo serviço e doação. Ele muito bem podia ter escolhido um grande cavalo e usar do poder que, de fato, ele tinha. Mas não, optou pela simplicidade!
Grande gesto que me chama a atenção, é o do povo de Jerusalém. Conta-nos o Santo Evangelho que "muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado pelos campos. [...] gritavam 'Hosana ao Filho de Davi'" (Cf. Mc. 11, 8-9). Aquelas pessoas nada tinham, mas tamanha era a alegria por acolher em sua terra o Messias salvador, apanharam logo o que pelo caminho viam, se alegravam e com isso que tinha - os ramos, aclamavam entre gritos e cantos "Hosana ao Filho de Davi"! Estender o manto significa doar-se, entregar-se totalmente por uma causa, ou seja, a atitude daqueles que seus mantos estenderam foi de "preparar a passagem do Senhor", recebê-lo em, além de em sua cidade, mas também em suas vidas.
Queridos amigos e irmãos na fé, que nossa atitude seja de acolhida ao Cristo. Que nossa Semana Santa seja, de fato, uma Santa semana. Revivamos os passos do Senhor e nosso Deus Salvador que por nós se entregou na cruz, abraçando livremente a Paixão para dar-nos a vida nova e plena. Celebrar a Semana Santa não é "viajar para aproveitar o feriado", mas sim participar da vida litúrgica da nossa Igreja. Semana Santa acontece uma vez por ano, feriados temos sempre em nosso ano civil!
Minha prece a Deus é que muitos sintam-se chamados à vocação que receberam, seja ela qual for, nesta Semana Santa, assim como a minha foi se despertando ao longo de toda a minha infância e, com tudo isso, hoje sou seminarista e almejo a vida religiosa e o sacerdócio.
Rezo por todas as comunidades que fazem suas celebrações, para que, com dignidade e reverência, celebrem a vitória do Senhor sobre a morte.
Fazendo menção à Campanha da Fraternidade deste ano, a qual trás o tema da saúde pública, que nós, assim como fizeram as pessoas com o Cristo, tenhamos fé e coragem de tocá-lo para sermos curados e que Ele toque os corações de todas as pessoas encarregadas de tal missão - cuidar de nossos enfermos, afim de que sejam sempre iluminados e conduzidos pelo bem maior: Fazer o amor de Deus acontecer plenamente em nossos dias!

domingo, 4 de março de 2012

Quaresma - Deserto e crescimento


Caríssimos irmãos e irmãs na fé em Cristo! Paz do Coração de Jesus a vocês!


Como já é de nosso conhecimento, iniciamos o Tempo da Quaresma na vida litúrgica da nossa Igreja. Este tempo nos remete a reflexões mais intensas, penitência, oração, jejum, práticas de caridade fraterna, mas sobretudo, nos convida à conversão. 
"Eis o tempo de conversão". Converter-se significa mudar, alterar o percurso que se esta fazendo para que melhor sejam dados os passos, rumo à santidade, rumo a Deus, rumo ao céu. "Mudar de rumo" é, sem dúvida, a atitude daquele se reconhece pecador, levanta seu olhar e segue a voz do Pai.
É muito comum ouvirmos analogias, interpretações e até mesmo grandes explicações sobre o deserto. Já ouvimos falar que este é um local seco, sem vida, árido, quente, onde se caminha dias e dias e não se chega a lugar algum, a não ser somente em imensidões de areias regadas a sol quente, local onde a água é escassa e, quase sempre, inexistente, enfim, inúmeras interpretações sobre esta localidade. Porém, é necessário dar significado a tudo isso, o deserto é sim, um pouco de tudo isso, mas o deserto nos trás vida, é isso mesmo! Vida! quando se "passa por um deserto", vive-se mais sabiamente, mais santamente. Ao passar por este local árido e seco, você se fortalece e pode-se considerar um vencedor.
Os "desertos" vencidos por nós podem ser grandes ou pequenos; totalmente vencidos na seca ou com alguma quantidade de água; às vezes deserto apenas parcialmente; por vezes vivido intensamente às vezes não, enfim, existe sempre um aprendizado com o deserto, com esse local de passagem, local de purificação; e assim se cresce, vencendo desertos na vida!
Nas Sagradas Escrituras encontramos as narrativas das tentações que o Cristo sofreu em nosso nome para cumprir a vontade de Deus; Ter, poder e prazer (Mt. 4, 1-11), onde o diabo "oferece" "pão", reinos e coloca Jesus à prova sob inúmeros aspectos. Essas tentações também nós sofremos, porém, Cristo estava em oração constante no seu "momento de deserto", ou seja, estava o Senhor pronto para vencer às tentações diabólicas.
Creio que nós devemos irmãos e irmãs estar prontos, sempre prontos, ou melhor, sempre vigilantes e agirmos com prudência, pois, as tentações sempre virão mas nossa capacidade de lidar com elas e de vencê-las é algo a ser conquistado e, para que isso ocorra, devemos estar com os ouvidos atentos a voz de Deus, com o coração intimamente ligado a Ele e com a voz pronta para anunciar seu Reino!
Que nesta quaresma sejamos capazes de lidar com nossas práticas penitenciais e com elas aprendamos verdadeiros valores da vida cristã!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Santos Reis: fé, perseverança e adoração

 
 
 
Caríssimos irmãos e irmãs na fé em Cristo! Paz do Coração de Jesus a vocês!
 
 
É com grande alegria que hoje temos esta data tão importante e especial, não somente em nossa vida de Igreja, mas também em nossas tradições e piedade popular.
Quero refletir com vocês sobre o testemunho admirável dos Reis do Oriente que, de certa maneira, deixaram tudo para seguir uma estrela, presentear e adorar o Salvador Jesus.
Tomemos como ponto de partida a seguinte passagem do Evangelho: "[...] e eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou" (Cf.: Mt. 2).
Pode parecer uma simples e rápida passagem evangélica, mas a Sagrada Escritura nos trás inúmeros e ricos sinais de povos que caminharam pela fé, foram persistentes e conseguiram seus objetivos e ideias, os quais na maioria das vezes, foram sinais de contradição e controvérsia. Os Santos Reis ao partirem rumo a Belém, terra de Judá, para adorar o Menino, seguriam com fé, caminharam por caminhos estreitos e árduos e, com a mão divina sobre eles, foram isentos dos males e perigos que faziam parte da caminhada, afim de que chegassem com vida para cumprir o que havia sido dito pelos profetas: "[...] virão todos de Sabá, trazendo ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor" (Cf.: Is. 60, 6). A persistência dos Reis os fizeram caminhar e seguir o destino e, como disse o profeta,"publicando os louvores do Senhor" andavam dias e noites louvando e agradecendo a Deus pelo nascimento do Messias, o esperado das nações. Quando entraram em domínios de Herodes e se colocaram a perguntar sobre o menino, os Reis Santos venceram mais uma provação, desviando-se das maldades de Herodes e avisados em sonho, percorreram caminhos rumo ao local do nascimento de Cristo. Chegando ao destino, [...] "prostraram-se diante dele, o adoraram e ofereceram-lhe presentes [...]"  (Cf.: Mt. 2).
Fico pensando e, da mesma maneira gostaria que vocês pensassem comigo, a imensa alegria de todos os que estavam presentes nesta "cena". A alegria da Virgem Maria ao ver pessoas distintas (os Santos Reis) e também pessoas pobres (pastores e cuidadores dos rebanhos); São José, o justo, também se alegrou, pois tudo o que haviam escutado pelos profetas, estava se cumprindo e, alegria ainda maior, fora a dos Reis Santos do Oriente, os quais enfrentaram os perigos de uma viagem longa, persistiram e chegaram, apenas para adorar e presentear o Meninho Deus, nascido de uma Virgem!
Será que podemos sentir essa alegria? Será que podemos presentar o Menino Deus com algo agradável e bom? Nossos passos nesta terra, estão sendo dados rumo ao encontro deste Deus que se fez pobre e homem? Nossas ações estão voltadas para a humildade e simplicidade? Temos devida reverência diante do Senhor?
Penso que algumas perguntas devem ser feitas diariamente ao nosso coração. Toda pergunta tem sua resposta! Todo questionamento exige mudança para que seja cumprido! Questionemo-nos todos os dias queridos irmãos e, sem dúvidas, encontraremos respostas e direções para nosso viver!
Adoremos a Deus com sua devida reverência e amor e ofertemos presentes dignos de sua Majestade e poder!